Category: Cursos

Periferias Potentes

Sobre o Curso

Desde os anos 1980, a economia capitalista sofreu alterações profundas. A desregulação do trabalho, o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação no mesmo momento em que países latino-americanos, como o Brasil, saiam de ditaduras e se democratizavam, gerou a constituição de uma esfera pública no mesmo momento em que direitos sociais eram conquistados e atacados.

O trabalho foi precarizado e fragmentado. Cada vez mais pessoas trabalham sozinhas como prestadoras de serviço ou ficam pouco tempo em empresas, dificultando a construção de uma percepção de pertencimento como classe trabalhadora. Fim da luta de classes?

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Não, a opressão de classes continua porém sua percepção é deslocada do espaço do trabalho para os territórios. A opressão do capitalismo se mostra nas brutais desigualdades sociais, principalmente nos bairros periféricos.

Desta percepção, crescem as potências dos movimentos sociais periféricos expressos nas iniciativas coletivas de jovens negros e pobres que denunciam todas as formas de violência, mulheres que se organizam em prol de políticas públicas, coletivos que se formam para criar espaços de debates e ação política.

As periferias produzem cultura, comunicação, projetos comunitários em uma demonstração de que é possível uma outra sociabilidade distinta do individualismo extremado do capitalismo neoliberal. Se a democracia é amputada cada vez mais pelo o grande capital (como afirmou José Saramago), ela é reinventada e ressignificada pelas potências periféricas.

Metodologia

O curso se desenvolverá em aulas on line expositivas e se direcionará para a produção de podcasts para uma serie intitulada PERIFERIAS POTENTES que irão ao ar após a conclusão.

18/08 – Live 1: O capitalismo na era da tecnologia da informação – o deslocamento da percepção de classe para os territórios periféricos – Dennis de Oliveira

25/08 – Live 2: Do sujeito periférico ao intelectual periférico – características ontológicas dos sujeitos coletivos dos movimentos periféricos e o conceito de “intelectual periférico”- Dennis de Oliveira

01/09 – Live 3: Exibição do filme: “O movimento cultural das periferias e a geografia de luta”do Cine Campinho – O papel da cultura periférica na resistência

08/09 – Live 4 – As mulheres negras nas lutas por políticas públicas na periferia. Conferência com Eliete Edwiges Barbosa

15/09 – Live 5 – Oficina de produção de podcasts. Montagem dos grupos para produção – levantamento de temas, pauta dos podcasts.

22/09 – Live 6 – Comunicação popular da periferia e o projeto de educação emancipatória de Paulo Freire posto em prática – Dennis de Oliveira Orientação de produção dos podcasts, entrega dos roteiros

29/09 – Live 7 – Aula sobre produção de podcasts – concepções de podcasts, programas existentes, plataformas de streaming

06/10 – Live 8 – Aula sobre produção de podcasts – elementos técnicos de produção: sonoplastia, locução, edição/finalização

13/10 – Apresentação dos podcasts e avaliação geral da formação

Formato

Modalidade: Online
Vagas: 50
Aulas: Toda quarta-feira, das 19h00 às 20h30
Início: 18/08/2021
Término: 13/10/2021
Duração: 9 encontros

Público-alvo

Pré-requisito


3E – Encontros de Escuta e de Escrita

Sobre o Curso

Esse curso propõe semear a orelha para estimular a escrita de caráter pessoal, criada em vários formatos: do papel ao gravador, do texto `a voz. Os índios Hupda, que vivem no Alto Rio Negro, na fronteira entre o Brasil e a Colômbia, dizem que ouvir histórias e cantos faz crescer a semente do pensamento… Em um total de cinco encontros, nós vamos fazer essa semente brotar e se expandir em uma escrita pessoal e uma escuta coletiva.

“A gente escreve o que ouve” (Oswald de Andrade); “eu me apresento como uma escutadora” (Eliane Brum); “eu trazia sempre os ouvidos atentos” (G.Rosa); “só a minha parte auricular sentia” (Clarice Lispector)

“A gente escreve o que ouve” (Oswald de Andrade); “eu me apresento como uma escutadora” (Eliane Brum); “eu trazia sempre os ouvidos atentos” (G.Rosa); “só a minha parte auricular sentia” (Clarice Lispector)

CURSO ENCERRADO

A partir do momento em que aprendemos a falar, esquecemos quão importante é o ouvir e o escutar. Por que? Pensamos na transmissão do saber pela fala e pela escrita, mas e o saber pela escuta? Assim, o que seria uma pedagogia do ouvir?

Nas cinco primeiras aulas, faremos vários pequenos exercícios “escrito-auditivos”, que tem o objetivo de soltar as amarras do escrever. Apresentaremos algumas texturas sonoras, e faremos a leitura em voz alta de trechos de outros escritores e artistas, entre outras práticas e exemplos. Na sexta e última aula, faremos um sarau coletivo, aberto ao público. As produções de textos dos participantes serão depois disponibilizadas no Podcast Escritas de Ouvido, que criaremos.

A frase “escrevo de ouvido” aparece no romance A hora da estrela, de Clarice Lispector, que tem como protagonista uma pobre nordestina perdida na cidade grande, Macabéa: “ela falava, sim, mas era extremamente muda”. Pensar a escuta é pensar junto com aqueles que não tem direito de fala e de escrita reconhecidos no poder dominante, e que, mesmo falando (ou até gritando), não são ouvidos….

Para pensar a escuta , é preciso aprender com poetas, escritores, artistas, cantadores e mestres da cultura oral. Vejam o que disse o compositor e sambista carioca Bezerra da Silva: “Como o morro não tem direito à defesa, só tem direito de ouvir…, como vai falar? “Então, o que é que faz o autor do morro? Ele diz cantando aquilo que ele queria dizer falando..!”

Nós vamos exercitar nosso “direito de ouvir” a nossa fala e a nossa escrita. Alguns dos tópicos a serem debatidos incluem: A Escuta, substantivo feminino; Escuta-dores: a escrita como cura; A palavra aural-visual; O Livro Livre; Experiências de sinestesia; Letras de música; A escuta da escrevivência.

Formato

Modalidade: Online
Vagas: 50
Aulas: Toda segunda-feira, das 19h30 às 21h30
Início: 05/07/2021
Término: 09/08/2021
Duração: 6 encontros

Público-alvo

Para pessoas que gostam de escrever, mas tem medo, ou que gostam de escrever, e querem escrever mais. Para quem gosta de ouvir poemas, contos, canções, cantorias, crônicas, entrevistas, estórias, dissertações, histórias de vida. Estudantes, professores, escritores, jornalistas, leitores, compositores, médicas, enfermeiras, poetas…

Pré-requisito

Caderno e caneta. Terem ouvidos atentos, e estarem dispostos a se escutarem e a ouvirem os outros e o mundo, por escrito e oralmente.

Professores

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Marília Librandi

Escritora, pesquisadora e professora. Afiliada ao Brazil Lab, da Universidade de Princeton, e colaboradora do núcleo de pesquisa e de pós graduação, Diversitas, da Universidade de São Paulo. Lecionou na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2004-2008), antes de se mudar para os Estados Unidos, onde ensinou literatura e cultura brasileiras na Universidade de Stanford (2009-2018), e na Universidade de Princeton (2018-2021). Autora de Escrever de ouvido. Clarice Lispector e os romances da escuta (Relicário Edições, 2020), e de Maranhão-Manhattan. Ensaios de Literatura Brasileira (7 Letras 2009). Coordena o site e o podcast “Clarice 100 Ears” (https://clarice.princeton.edu/). Foi co-roteirista, com Beatriz Azevedo e Moreno Veloso, do show “Agora Clarice/ Now Clarice”. É curadora do programa 33’ Brazil Lab Review, disponível no Youtube.

Sérgio Bairon

Livre-docente em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes – USP. Doutor em Ciências pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas – USP. Entre 1993 e 2007 foi professor e orientador de doutorado na pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC/SP. Atualmente é professor na ECA-USP e no programa de pós-graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades – FFLCH – USP, e coordenador do Diversitas – FFLCH – USP. Autor dos livros Multimídia (ed. Global), Interdisciplinaridade – hipermídia, educação e história da cultura (ed. Futura), Hipermídia, Psicanálise e História da Cultura (Ed. EDUCS), Texturas sonoras: áudio na hipermídia (ed. Hacker), Antropologia Visual e Hipermedia (Ed. Afrontamento – PT), dentre outros.


A Beleza Salvará o Mundo

Sobre o Curso

Curador: Benjamim Taubkin

A proposta deste curso é ser um estudo e uma reflexão conjunta de alternativas à dura realidade que temos vivido. Pretende-se estimular o pensamento crítico e criativo através da exploração de possibilidades de criação e ação que fogem do comum, do habitual.

Que outros caminhos podemos seguir em nossas vidas? Que outras formas a arte nos apresenta? Vamos realizá-las!

FIQUE LIGADO!

As inscrições para o curso A Beleza Salvará o Mundo estão encerradas.

Fique ligado no site e nas nossas redes sociais para não perder as novidades e abertura de inscrições de outros cursos.

A pandemia nos colocou frente ao esgotamento deste modelo de sociedade que temos vivido nos últimos séculos. Dificilmente haverá uma volta ao “normal”. Ou seremos capazes de pensar novos modelos de convivência e atuação individual e coletiva, ou ficaremos à mercê de que outros tomem esta decisão por nós.

O que a criação artística pode nos ensinar? O que no fazer criativo pode ser relevante e nos trazer uma abertura de pensamento e na forma de sentir? A arte será o próximo passo da experiência humana. Seus procedimentos apresentam uma outra relação com a vida e o mundo. De uma maior integração e abertura. De uma maior valorização da contribuição de cada indivíduo e de uma experiência coletiva mais plena.

Se na nossa vida cotidiana o diferente é em geral visto como uma ameaça, seja no campo da religião, raça, gênero, na arte ele é bem-vindo. É percebido como algo que vai trazer uma nova informação, que vai ampliar aquela criação. Os contrastes ao invés de opostos, são entendidos como complementares.

A desqualificação do artista em nossa sociedade, foi acompanhada pela desqualificação do ser humano. Seu universo interior. Suas melhores potencialidades. Deixamos de ser criadores, para nos tornarmos quase que unicamente consumidores de produtos que vão procurar substituir uma autêntica experiência artística pela pobre criação da indústria cultural, massificada e banalizada como produto meramente comercial.

A experiência artística não garante necessariamente uma existência mais leve, fácil e alegre. Embora tudo isto possa acontecer. Mas o que ela nos oferece é a possibilidade de viver com sentido, com propósito. E este é um valor fundamental em um mundo que perdeu quase todas as suas conexões com a vida.

Formato

Modalidade: Online
Vagas: 50
Aulas: Toda Segunda-Feira às 20h
Início: 24/05/2021
Término: 28/06/2021

Serão 6 encontros para conversarmos, trocarmos visões e experiências para inicialmente exercitarmos a escuta. Dois encontros com o curador do curso e mais quatro com palestrantes convidados, que compartilharão suas buscas e realizações. Pessoas que se dedicaram a realizar em suas vidas aquilo que para a maioria da coletividade seriam apenas “sonhos” sem uma realidade prática, mas que para elas se transformou em uma experiência cotidiana de inspiração e integração.

Abriremos espaço para cada participante relatar suas vivências e percurso. Os inscritos serão divididos em grupos de trabalho por áreas de interesse e a natureza do projeto de cada um. Cada grupo deverá propor ao final do curso uma ação estética que contemple os valores propostos neste encontro, seja a criação de uma obra ou ação de difusão, comunicação e trabalho comunitário.

Público-alvo

Artistas, agentes culturais e criadores com atuação, sobretudo, em regiões periféricas.

Pré-requisito

Que tenha trabalho cultural, social ou artístico já realizado.

Curador:
Benjamim Taubkin

Quem nos guiará nessa jornada?

A música brasileira e seu diálogo com as outras culturas vêm sendo o campo de atividade deste pianista, arranjador, compositor e produtor. Iniciou o estudo do piano aos 18 anos e logo passou a se dedicar integralmente a esta atividade. Participa como músico e/ou produtor em mais de 150 discos e CDS. Desde 1997 iniciou diferentes projetos musicais e vem colaborando com músicos de diversos países.

Tem se apresentado regularmente do piano solo à orquestra sinfônica em festivais em centros culturais no Brasil, América Latina, Canadá, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Realizou também concertos e residências artísticas no Marrocos, Áustria e Coréia. Coordenou e programou diversas inciativas em instituições públicas e privadas como Secretaria de Cultura do Estado, Itaú Cultural, Mercado Cultural da Bahia, SESC, entre outras. É membro do Fórum Europeu de Festivais de Música do Mundo e da Associação Ibero-Americana para o Desenvolvimento da Música.

Nossos Convidados

Paulo Santos

Vera Pena

Natalia Barros

Rita Mendonça

Vitor Cabral

Fábio Delduque

Paulo Nenflidio

Marcelo Machado


Músico percussionista, começou os estudos na UnB com o compositor Emílio Terraza, em Belo Horizonte na Fundação de Educação Artística com o compositor Rufo Herrera e percussão com Décio Ramos. É cofundador do grupo Uakti, com o grupo participou de shows, gravações e oficinas durante os 37 anos de duração do grupo. Trabalhos solo, Show “Pílulas Sonoras”, Composição e Execução de trilhas sonoras para cinema, vídeo e dança. Desenvolve parceria com diversos artistas da cena musical atual

Vera Pena, com bacharelado e licenciatura plena em Letras e Pós-Graduação em Gestão de Projetos Culturais e Organização de Eventos pela ECA-USP, com 20 anos de experiência em produção, elaboração e execução de projetos ligados a diversas linguagens artísticas, cria e desenvolve projetos culturais a partir do cultivo de relações com grupos artísticos, escolares, políticos e comunitários.

Natalia Barros é poeta, cantora e diretora. Foi uma das fundadoras do grupo teatral XPTO e da banda LUNI. Trabalhou no programa FANZINE (TV Cultura) e no TELECURSO 2000. Publicou dois livros de poesia: Caligrafias (editora Ofício das Palavras) e Nuvens Ornamentais (selo Demônio Negro, 2016). É uma das curadoras do projeto: LANDSCAPES _ improvisos de poesia e música com Benjamim Taubkin. Dirigiu shows do Pequeno Cidadão, Gangorra, Catopleia, e os shows ROMANCE (I e II) da atriz Marisa Orth. Com a COZINHA PERFORMÁTICA, criou e dirigiu o espetáculo O LIVRO DAS MARAVILHAS.

Rita Mendonça – facilitadora de processos de aprendizagem com a natureza. É fundadora e educadora do Instituto Romã de Vivências com a Natureza, coordenadora da Sharing Nature Worldwide no Brasil, professora e membro do coletivo da Escola Schumacher Brasil e coordenadora do curso de pós-graduação lata sensu A Natureza que somos – filosofias e práticas para uma atuação genuína no mundo, nA Casa Tombada.

Vitor Cabral é músico e produtor musical, vem ao longo dos últimos 20 anos sendo requisitado em trabalhos com artistas como Ed Motta, Banda Black Rio, Dominguinhos, Filó Machado, Hélio Delmiro, Elliot Mason, Letieres Leite entre outros, produzindo e gravando trilhas para cinema/publicidade e pesquisando sobre os desdobramentos da diáspora negra nas Américas.

Fabio Delduque – Artista multidisciplinar, desde os anos 80 realiza exposições, instalações, cenários, performances, direção de arte de shows e cinema além de ter intensa atividade como produtor cultural e curador. Destaque para sua participação na 29aBienal de São Paulo em 2010 e os 20 anos de curadoria do Festival Arte Serrinha, um dos principais eventos culturais do interior paulista.

Paulo Nenflidio – artista plástico, trabalha na intersecção entre arte, ciência e tecnologia. Formado em Artes Plásticas pela ECA – USP e em eletrônica pela ETE Lauro Gomes. Suas obras são esculturas, instalações, objetos, instrumentos e desenhos. Som, eletrônica, movimento, construção, invenção, aleatoriedade, física, controle, automação e gambiarra são presentes na sua obra. Seus trabalhos se parecem com bichos, instrumentos musicais ou com máquinas de ficção científica. Recebeu em 2011 o Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça Artes Plásticas e em 2013 o Prêmio Funarte Marcantonio Vilaça.

Marcelo Machado – foi um dos pioneiros na produção independente em vídeo com o coletivo “Olhar Eletrônico”. No final da década de 80 migrou para a televisão, criando formatos inovadores como o “TV MIX”. No cinema, concebeu e dirigiu documentários musicais como “Tropicália”, “O Piano Que Conversa” e “Com a Palavra, Arnaldo Antunes”.